Faculdade de Medicina da USP promove ação de saúde e formação médica no Oeste do PA

  • 01/07/2025
(Foto: Reprodução)
Expedição será realizada ao longo de 20 dias e contará com cerca de 100 pessoas entre médicos, estudantes de medicina e equipe multiprofissional. UBSF Abaré I levará equipes do Projeto Muiraquitã para atendimentos de saúde a moradores da região de comunidades ribeirinhas Semsa / Divulgação Comunidades ribeirinhas dos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, no oeste do Pará, serão contempladas neste mês de julho com atendimentos clínicos e cirúrgicos do Projeto Muiraquitã da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), uma iniciativa de cultura e extensão universitária que integra assistência, ensino, pesquisa e inovação. ✅ Clique aqui e siga o canal g1 Santarém e Região no WhatsApp O grupo chega a Santarém no dia 6 de julho, na mesma data realiza algumas atividades de integração. No dia 7, o grupo formado por médicos, estudantes de medicina e equipe multiprofissional, incluindo a equipe local do Navio Hospital Escola Abaré, gerido pela Universidade Federal do oeste do Pará (Ufopa), embarca em direção à região ribeirinha para os atendimentos que ocorrerão pela manhã e tarde. A expectativa é realizar 4 mil atendimentos ao longo de 20 dias, entre clínicos e cirúrgicos (como retirada de cistos e biópsias, sem anestesia geral), atendimento ginecológico e odontológico. A equipe multidisciplinar contará com médicos emergencistas, clínicos, médicos de família e comunidade, infectologistas, psiquiatras, cirurgiões, radiologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos. Após os primeiros oito dias, a equipe retorna à sede do município para troca do grupo embarcado, e com uma nova equipe segue para realizar os atendimentos em comunidades dos municípios de Belterra e Aveiro, para fazer a segunda metade da expedição. O projeto é liderado pela professora doutora Ludhmila Hajjar, titular da disciplina de Emergências Clínicas da FMUSP, e pelo Doutor Victor Vaisberg, médico supervisor da disciplina de Emergências da FMUSP e fundador do projeto, e concretiza o desejo de conectar a academia com a realidade social do país. Missão com impacto real “O Projeto Muiraquitã é a realização de um sonho, um empreendimento de extensão que transcende as fronteiras universitárias, levando a prática de ensino, pesquisa e inovação da FMUSP para além de seus muros”, afirmou Doutor Victor. A escolha da região do Baixo Amazonas, especificamente do Rio Tapajós, nos municípios de Santarém, Belterra e Aveiro, deve-se às significativas necessidades epidemiológicas e à vulnerabilidade de sua população. Além dos atendimentos clínicos e pequenas cirurgias, serão realizados exames de sangue, fezes, urina e ultrassom, e uma série de ações educativas para conscientização sobre saúde, incluindo a prevenção do câncer de colo de útero. Os atendimentos ocorrerão tanto no segundo andar do navio-hospital, que possui consultórios, laboratório e farmácia, quanto em postos de saúde externos nas comunidades, para otimizar o volume de atendimentos. O projeto visa não apenas atendimentos pontuais, mas iniciar um cuidado contínuo, com acompanhamento, coleta de dados para pesquisa epidemiológica e a intenção de retornos futuros à região para avaliar o impacto a longo prazo. Formação médica humanística Um dos pilares do Projeto Muiraquitã é a formação de uma nova geração de médicos. Em um cenário onde o Brasil forma cerca de 40 mil médicos por ano, com um número crescente de faculdades de medicina – que quintuplicaram nos últimos 10 anos enquanto a população dobrou –, o Projeto Muiraquitã serve como um laboratório extramuros de vida real para estudantes de graduação da FMUSP. Eles participam desde a concepção da ideia e terão a oportunidade de vivenciar uma realidade fora das salas de aula e entender as necessidades de locais carentes de estrutura médica e acesso à saúde. “Sinto-me honrada em fazer parte deste momento. Este projeto ousado reflete o que considero fundamental para minha existência: atuar na formação de médicos que cuidarão da sociedade, realizar pesquisas de qualidade para mudar condutas no País, levar acesso a quem precisa e expandir as fronteiras de nossas instituições de ensino”, destacou a professora Ludhmila Hajjar. O projeto alinha-se com uma formação humanística, ética e sistêmica, preparando os alunos com responsabilidade social desde já. Os alunos recebem uma preparação curricular robusta em saúde humanitária, estudos antropológicos e soft skills, fundamental para atuar em contextos remotos e lidar com as particularidades culturais da população ribeirinha, sempre com supervisão qualificada de preceptores e docentes da FMUSP. Parcerias do Projeto Muiraquitã Todas as passagens e custos dos alunos são custeados por meio de parcerias. A execução do Projeto Muiraquitã inclui desafios logísticos significativos, como o transporte de mais de 80 profissionais e estudantes, insumos de São Paulo para o Pará, além da necessidade de preparar a equipe para um cenário de prática distinto e com recursos limitados. A iniciativa é viabilizada graças ao envolvimento de muitas pessoas e à força de parcerias sólidas com instituições como o Hospital das Clínicas, o Governo do Estado de São Paulo, o Governo do Estado do Pará, as Secretarias de Saúde Municipal e Estadual do Pará, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) – que é o principal parceiro local e responsável pela gestão do barco Abaré –, o Ministério do Turismo e a Força Aérea Brasileira (FAB). Diversas disciplinas da FMUSP, como Ginecologia e Patologia Clínica, e empresas como FFM, Livenotes, Kosmos e Kolplast também contribuem significativamente para o projeto. O trabalho é majoritariamente voluntário e busca potencializar o trabalho já realizado pelo SUS na região, agindo como um aditivo e oferecendo acesso a exames e medicamentos que não seriam possíveis de outra forma. O significado de “Muiraquitã” O nome "Muiraquitã" foi escolhido por seu profundo significado na cultura indígena amazônica. “O Muiraquitã faz parte da cultura indígena amazônica e é um símbolo de boa sorte, de fertilidade, de proteção e, principalmente, de cura. A lenda diz que, ao dar este presente, criam-se vínculos e amor em momentos festivos. A ideia de nomear o projeto com essa lenda marcante da região amazônica surgiu quando um indígena me presenteou com um amuleto do Muiraquitã, que uso até hoje”, explicou Victor Vaisberg. O Projeto Muiraquitã é mais do que uma expedição médica; é um marco que busca transformar vidas – da população atendida e dos médicos e estudantes envolvidos – e ser um exemplo para a melhoria do acesso à saúde em todo o país. VÍDEOS: Mais vistos do g1 Santarém e Região

FONTE: https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia/2025/07/01/faculdade-de-medicina-da-usp-promove-acao-de-saude-e-formacao-medica-no-oeste-do-pa.ghtml


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